Quebrando o código: como avançar na participação das mulheres no mercado tech
Estudo revela que menos de 30% da força de trabalho tech na América Latina é composta por mulheres. Iniciativas são necessárias para promover o avanço e a equidade de gênero no setor.
A pesquisa da McKinsey revela que a participação feminina na tecnologia na América Latina é inferior a 30%. Apesar do legado de Ada Lovelace, as mulheres continuam sub-representadas no setor.
A migração para tech cresce, com mulheres de diversos campos buscando oportunidades. No Brasil, 22% que atuam em tecnologia mudaram de carreira. As chances de admissão para mulheres são similares aos homens após entrevistas, mas apenas um terço dos currículos recebidos pelas empresas são de mulheres.
Entretanto, a promoção e o desenvolvimento são desiguais. Apesar de 80% das empresas terem ao menos 30% de mulheres nas posições iniciais, esse número cai para 50% em cargos altos. Somente 24% das promovidas em cargos iniciais e 17% nos seniores são mulheres.
Falta de oportunidades e perspectiva leva muitas a considerar mudanças de carreira. A Data Academy da Belcorp visa capacitar mulheres em tecnologia para mudar esse cenário.
Além disso, disparidades salariais persistem, com mulheres ganhando quase 10% menos que homens em cargos altos e 25% a menos em bonificações. Políticas de equidade salarial são necessárias, como as iniciativas do Itaú Unibanco e Natura.
O estudo McKinsey de 2023 destaca que empresas com mais diversidade têm 39% mais chances de desempenho financeiro superior. Para mudar a desigualdade de gênero, são necessárias políticas inclusivas que beneficiem todos.
Paula Castilho e Monica Szwarcwald Tyszler são sócias da McKinsey em São Paulo.