Queda do Investimento Direto no País no 1º semestre tende a ser pontual e não tendência, avalia BC
Especialistas do Banco Central avaliam que a recente queda no Investimento Direto no País é um fenômeno temporário, não indicando uma nova tendência. Apesar do impacto das incertezas econômicas globais, o chefe do departamento acredita que o cenário de investimentos pode melhorar.
Queda no Investimento Direto no País (IDP) foi o tema abordado pelo chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, nesta sexta-feira (25).
O Banco Central informou que o ingresso líquido do IDP foi de US$ 2,810 bilhões em junho, abaixo dos US$ 6,269 bilhões do mesmo mês do ano passado.
No primeiro semestre, o IDP acumulou US$ 33,754 bilhões, uma queda de 10,7% em relação ao ano anterior, representando a menor entrada líquida desde 2021.
Rocha afirmou que a diminuição do IDP não está, neste momento, relacionada às tarifas dos EUA, mas reconheceu uma incerteza maior para o futuro.
Uma possível explicação para a queda pode ser encontrada nas operações intercompanhias, que em junho apresentaram uma mudança significativa, passando de um ingresso de US$ 2 bilhões para uma amortização líquida de US$ 3,6 bilhões.
Segundo Rocha, essa diminuição no IDP é um fenômeno pontual e não uma nova tendência. "Não temos como saber certamente, mas os números sugerem que é uma redução pontual", afirmou.
Sobre os impactos das tarifas dos EUA no IDP, ele pontuou que a situação de incerteza pode fazer com que os investidores hesitem em tomar decisões. "Mas, em outros casos, o investimento já está preparado para acontecer", finalizou Rocha.