Queda do IOF mostra desmanche do apoio a Lula no Congresso
Derrota de Lula no Congresso reflete o desgaste das relações entre o Executivo e o Legislativo. A derrubada do aumento do IOF evidencia a fragilidade da base aliada do governo e as crescentes tensões com os parlamentares.
Principais Fatos:
Na quarta-feira (25.jun.2025), os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), impuseram uma significativa derrota ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Poder Legislativo. A Câmara derrubou, por 383 votos a 98, os decretos que elevavam as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), propostos pela equipe econômica de Fernando Haddad.
A votação no Senado foi simbólica e apenas os membros do PT e Weverton (PDT-MA) se opuseram. Essa mudança sinaliza uma deterioração nas relações entre o Legislativo e o Executivo, dificultando a vida do governo no Congresso.
O líder do Governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), classificou a votação como “traumática” e indicou que havia descumprimentos de acordos. Motta deixou claro que não aceitaria as pressões do Planalto, que argumentou que sem o IOF, as emendas ao Orçamento seriam congeladas.
A queda do IOF terá um impacto significativo sobre milhões de brasileiros que compram produtos no exterior. Isso indica uma desarticulação da base de aliados de Lula no Congresso, que já era frágil, restringindo seu apoio principalmente ao PT e a algumas siglas de esquerda.
A decisão de Motta indica uma cobrança por responsabilidade fiscal e descontentamento com o governo, especialmente em relação à demora na liberação de emendas. Apesar dos esforços para apelar à responsabilidade fiscal, nada disso foi suficiente para impedir a derrubada do decreto.
O total de emendas empenhadas pelo governo recentemente é de R$ 1,73 bilhão, mas isso não restabeleceu a confiança dos congressistas. A frente ampla que ajudou Lula a se eleger em 2022 parece ter ruído completamente, comprometendo suas perspectivas para a reeleição em 2026.