Queda nos serviços em comparação trimestral pode ser indício de desaceleração
Setor de serviços registra alta em março, mas primeiro trimestre de 2025 mostra queda acumulada. Analistas indicam sinais de desaceleração econômica, apesar de expectativas de crescimento do PIB impulsionado pelo agronegócio.
Setor de serviços registra alta de 0,3% em março, mas recua 0,2% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao anterior, segundo o IBGE.
Essa é a primeira retração trimestral desde o início de 2023, indicando possíveis sinais de desaceleração econômica. Contudo, o Produto Interno Bruto (PIB) do período deve ser impulsionado pelo agronegócio, com divulgação prevista para 30 de maio.
Analistas da XP destacam que o desempenho de março foi impulsionado por fatores sazonais, como o Carnaval. O grupo de serviços prestados às famílias e transporte obteve altas de 1,5% e 1,7%, respectivamente.
O economista Leonardo Costa explica que o ritmo forte em fevereiro e março não compensou a queda de janeiro. As projeções para o PIB são de 0,5% para o trimestre e 1,5% para o ano de 2025.
A avaliação do economista Matheus Pizzani sugere que os movimentos recentes podem influenciar a inflação do país.
- Retração em serviços de informação e comunicação (-0,2%).
- Crescimento em serviços profissionais administrativos de 1,3% para 0,6%.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, projeta crescimento de 2% para o setor em 2025, impulsionado por estímulos do governo. Igor Cadilhac, do PicPay, revisou a previsão de crescimento de 1,2% para 1,6%.
A atuação da política de juros permanece neutra, conforme a ata do Copom. Pizzani afirma que o cenário econômico e de serviços continua aquecido, mas sujeito a influências inflacionárias e condições financeiras, podendo estagnar a atividade no segundo semestre.