Quem é o Dalai Lama e como reencarnação funciona no budismo tibetano
Dalai Lama reafirma que haverá um sucessor escolhido sob sua fundação, em meio a pressões chinesas sobre o processo de reencarnação. A declaração ocorre em um contexto de crescente tensão entre o Tibete e o governo de Pequim, que busca controlar a sucessão espiritual.
Dalai Lama confirma sucessão após morte, em anúncio feito em Dharamshala, Índia, onde vive exilado. Ele declarou que apenas a Gaden Phodrang Trust poderá reconhecer sua reencarnação.
O 14º Dalai Lama completou 90 anos neste domingo (6/7), gerando temores de que a China possa tentar impor seu próprio sucessor. A China respondeu que a reencarnação deve ser encontrada sob sua aprovação, afirmando que considera o Dalai Lama um separatista.
A tradição budista acredita que o Dalai Lama é uma manifestação de Avalokiteshvara, o padroeiro do Tibete. O atual Dalai Lama, nascido em 6 de julho de 1935, foi reconhecido como reencarnação do 13º Dalai Lama aos dois anos.
- O processo de seleção da próxima reencarnação é rigoroso e pode levar anos.
- Inicia-se a busca por um menino nascido próximo à morte do Dalai Lama anterior.
- Criança deve identificar pertences do anterior para ser considerada a reencarnação.
A China anexou o Tibete em 1951 e, em 1959, o Dalai Lama fugiu para a Índia, estabelecendo um governo no exílio. Ele é visto como símbolo de resistência à dominação chinesa.
Desde 2007, Pequim implementou medidas de controle sobre a reencarnação no budismo tibetano, o que gera preocupações sobre a interferência em assuntos religiosos.
Tibetanos enfrentam repressão ao falar sobre o Dalai Lama e a situação no Tibete é marcada por censura. Autoridades locais proíbem celebrações e aumentam a vigilância.
O Dalai Lama enfatizou que a continuidade de sua linhagem é vital e incentivou a rejeição de um sucessor apresentado pela China. “A China pode controlar fisicamente, mas não os corações dos tibetanos”, afirmou.
Embora o Dalai Lama tenha renunciado ao cargo de líder do governo no exílio, sua influência moral ainda é imensa e fundamental para a resistência tibetana.