Quem foi Gregório 10, o papa cuja eleição durou 3 anos e levou à criação do conclave
O conclave que se inicia hoje preserva tradições milenares estabelecidas por Gregório 10, que buscou garantir a independência da Igreja Católica. Cardeais serão isolados para deliberar sobre a nova liderança em um processo que tem como objetivo evitar influências externas.
Início do conclave: Nesta quarta-feira (7), começa o conclave para escolher o sucessor de papa Francisco (1936-2025). A eleição seguiu regras estabelecidas há séculos.
Histórico: O papa Gregório 10 (1210-1276) determinou que os cardeais responsáveis pela escolha do novo papa deveriam ser isolados, prática que se mantém até hoje. Gregório 10, embora não fosse sacerdote, teve um pontificado significativo.
Contexto histórico: No século 13, a Cristandade estava dividida, com tensões entre o papado e o Sacro Império Romano Germânico. Os cardeais de diferentes nações refletiam essas divisões: os italianos (gibelinos) e os franceses (guelfos).
Conclave prolongado: O conclave para escolher o sucessor do papa Clemente 4º (1268) durou quase três anos, o que motivou os governantes de Viterbo a aprisionar os cardeais para forçá-los a chegar a um acordo.
Nova eleição: O conclave elegeu Teobaldo Visconti, que, apesar de não ser sacerdote, tinha bons contatos e pode ter sido considerado um candidato de compromisso. Visconti se tornaria Gregório 10.
Legado: Como papa, ele buscou a independência da Igreja Católica e promulgou a bula Ubi periculum, que visava isolar os cardeais eleitorais das pressões externas, mantendo a tradição do isolamento durante a eleição papal.
Práticas atuais: Embora algumas disposições tenham sido suavizadas ao longo dos anos, a ideia de isolar os cardeais eleitores continua vigente e será aplicada novamente no atual conclave.