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Quem foi Pôncio Pilatos, poderoso governador romano que teria lavado as mãos diante de Jesus crucificado

Estudo revela contrastes nas representações de Pôncio Pilatos entre os evangelhos e fontes históricas não cristãs. Pesquisadores apontam que a visão favorável do procurador romano nos relatos bíblicos pode estar ligada a um contexto de antissemitismo.

Estudiosos do cristianismo primitivo notam diferenças na representação de Pôncio Pilatos entre os evangelhos e autores não cristãos.

No Evangelho, ele aparece como justo e preocupado, enquanto autores como Fílon de Alexandria e Flávio Josefo o descrevem como cruel e sanguinário.

O historiador Gerson Leite de Moraes sugere que a visão simpática a Pilatos reflete um fundo de antissemitismo dos cristãos primitivos em relação à aristocracia judaica.

As quatro narrativas evangélicas confirmam que Pilatos teve papel na morte de Jesus, mas todas derivam de Marcos, enquanto João oferece uma perspectiva independente.

Durante a escrita dos evangelhos, a destruição do Templo de Jerusalém (ano 70) influenciou essa narrativa, pois era vista como um castigo divino pelo suposto crime dos judeus.

Domingos Zamagna destaca que os relatos não devem ser lidos como um boletim de ocorrência, mas como narrativas com intenção teológica.

Pilatos governou a Judeia entre 25 e 37, era parte da ordem dos cavaleiros e não possuía grande prestígio. Os relatos de Flávio Josefo e Fílon revelam um Pilatos violento e corrupto.

As ações de Pilatos incluem:

  • Trazer estandartes romanos em Jerusalém, provocando revolta.
  • Desviar dinheiro do templo e reprimir protestos violentamente.
  • Envolver-se em massacres diante de agitações populares.

As narrativas bíblicas indicam que Pilatos agiu com empatia em relação a Jesus, permitindo seu sepultamento, o que contrasta com o tratamento usual de condenados.

Chevitarese enfatiza que a figura de Pilatos nas narrativas evangélicas mostra a forte presença do Estado romano, conferindo um caráter histórico à vida de Jesus.

Embora a teologia enfatize sua busca por justiça, o contexto histórico revela que não houve julgamento de Jesus como se supõe nas escrituras.

Historicamente, os crucificados não eram enterrados, reforçando que Jesus nunca teria recebido um sepultamento digno, exceto por ações de Pilatos conforme relatado nos evangelhos.

Em suma, a figura de Pilatos perpassa a dualidade entre narração teológica e relatos históricos, com a necessidade de entender o contexto de sua representação.

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