Quem são os 'caçadores de gringos', agentes especializados em prender foragidos americanos no México
Morte de agente da Unidade de Ligação Internacional em Tijuana marca um duro golpe para a corporação, que há duas décadas captura foragidos americanos. A ação frustrada também evidencia os riscos enfrentados por agentes no combate a crimes transfronteiriços.
09 de abril de 2025: Durante uma operação da Unidade de Ligação Internacional (UEI) em Tijuana, liderada pela agente Abigail Esparza Reyes, o foragido César Hernández é o alvo. Condenado por assassinato na Califórnia, ele fugiu durante uma transferência prisional e se escondeu no México.
A operação, iniciada por volta das 14h, falha quando Hernández atira nos agentes. Abigail é atingida e não sobrevive. Ela é lembrada como um símbolo de bravura e dedicação.
Hernández: Escapa nu e se veste em um carro estacionado. Ele é recapturado dias depois, mas o impacto é grande para a UEI, que prendeu mais de 1.500 foragidos em 20 anos.
A UEI mantém uma colaboração estreita com agências dos EUA, como o FBI e a DEA, sendo reconhecida por sua eficiência. The Washington Post chamou-os de "gringo hunters", e a Netflix até lançou uma série sobre suas atividades.
A morte de Abigail leva a UEI a evitar exposição pública. Eventos em homenagem a ela são organizados, incluindo uma corrida beneficente pelos U.S. Marshals.
Colaboração com os EUA: A UEI é a única unidade no México que realiza monitoramento e prisões de foragidos estrangeiros. As operações são discretas e rápidas, com prazos curtos para entrega aos EUA.
No México, estrangeiros, especialmente americanos, buscam refúgio devido à fragilidade institucional e à receptividade do povo. 2 milhões de americanos residem no país, em áreas próximas da fronteira.
A dinâmica social na fronteira é única, com muitos laços entre famílias nos dois lados. A UEI poderia servir de modelo em outras áreas com alta presença de americanos, mas enfrenta desafios ao lidar com crimes graves, especialmente relacionados ao narcotráfico.
O impacto da UEI e a necessidade de unidades semelhantes são questionados, pois muitos alvos prioritários do narcotráfico não possuem ordens de prisão local e operam com a assistência de autoridades corrompidas.