Questões a resolver com os EUA passam por etanol e terras raras, diz Simone Tebet

Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, afirmou que o pacote de medidas frente à tarifa de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA, que entra em vigor no dia 1º de agosto, é uma “reação” e não uma “retaliação”.

A avaliação interna do Palácio do Planalto é de cautela quanto a ações contra as medidas dos EUA. O presidente dos EUA, Donald Trump, mencionou tarifas que variam de 15% a 20% para a maioria dos países, sem citar o Brasil.

Tebet destacou que o governo Trump é “induzido a erro” por mentiras da família Bolsonaro, e afirmou que a sobretaxa é mais direcionada a Alexandre de Moraes, ministro do STF, do que ao presidente Lula.

A ministra afirmou que Lula “não tem problema” em contatar Trump, mas é preciso um ponto de partida claro para as negociações. “Qual é o ponto de partida?”, questionou.

Ela também espera a data de 1º de agosto para reações, considerando a possibilidade de prorrogação ou redução das tarifas.

As questões a serem resolvidas com os EUA incluem etanol e terras raras, com ênfase na transferência de tecnologia e atração de investimentos. “Não vamos minerar na Amazônia”, afirmou, enfatizando que a mineração deve atender às regras brasileiras.

Tebet detalhou que o pacote de medidas tem caráter “menos fiscal do que se espera”, visando a evitar a taxa de 50%. Há propostas de abertura de crédito e de ações antidumping para proteger o mercado interno.

A ministra expressou preocupação com a indústria do aço e ressaltou a necessidade de definir o que os EUA desejam do Brasil, já que a balança é superavitária.

Além disso, enfatizou que democracia e soberania são valores inegociáveis nas conversas com os EUA, e que há uma necessidade de regulamentação em relação às big techs.