Quilombolas relatam destruição de área sagrada no Amapá
Comerciantes e defensores da comunidade quilombola buscam apoio internacional para proteger seu território sagrado das investidas da exploração petrolífera na região. A Coordinacão Nacional de Comunidades Negras Rurais Quilombolas alerta para o aumento das invasões ligadas à especulação de terras.
Moradores da comunidade quilombola de Kulumbu do Patuazinho relataram, no último final de semana, a invasão de seu território e o desmatamento de áreas sagradas.
Os quilombolas afirmam que os invasores utilizaram motosserras para derrubar árvores em locais de importância cultural e espiritual.
A Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) vinculou o aumento das invasões à especulação territorial, principalmente após o anúncio de projetos de exploração petrolífera na costa amapaense.
O território de Kulumbu do Patuazinho foi certificado pela Fundação Cultural Palmares em 2010 e aguarda a conclusão do processo de titulação definitiva junto ao Incra.
A invasão ocorre em um contexto de expansão dos planos de exploração de petróleo na Foz do Amazonas, região próxima ao território quilombola. As comunidades quilombolas buscam apoio internacional e apresentaram uma representação à Corte Interamericana de Direitos Humanos para suspender o licenciamento até serem consultadas sobre os impactos dos projetos em seus territórios.