Raízen paralisa usina histórica no interior de SP e vende cana por R$ 1 bi
Raízen encerra operações da usina Santa Elisa e vende 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar como parte de nova estratégia. A decisão, motivada pelo alto endividamento da companhia, gera preocupações sobre a manutenção de empregos e a dinâmica na indústria local.
A Raízen anunciou o fim das operações da usina Santa Elisa em Sertãozinho e a venda de 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.
A decisão visa a "reciclagem do portfólio de ativos para capturar eficiência agroindustrial". O montante de até R$ 1,045 bilhão será destinado à redução de endividamento.
A dívida bruta da Raízen alcançou R$ 64,7 bilhões, considerada a maior desde sua abertura de capital em 2021. Estudos indicam que seria necessário triplicar o patrimônio da empresa para saldar sua dívida.
Em 2024, a Raízen reportou prejuízo de R$ 9,4 bilhões, impactada pelo desempenho da Santa Elisa. A empresa possui 35 usinas, gerando R$ 255,3 bilhões em receita líquida no ano safra 2024/25.
A Santa Elisa, fundada em 1936, foi crucial para o desenvolvimento do setor na região de Ribeirão Preto. A cana da usina será repassada a seis grupos do setor na região.
- A São Martinho assumirá 10.600 hectares de contratos, gerando 600 mil toneladas de cana em 2026/27.
- A conclusão da operação depende da aprovação do Cade.
O encerramento das operações gerou críticas do Ceise-Br, que alertou sobre possíveis impactos negativos no setor, como a perda de empregos e a saúde financeira de indústrias locais.
A Santa Elisa se uniu à LDC em 2009 e, em 2021, foi adquirida pela Raízen, uma joint venture entre Cosan e Shell.
Estimativas indicam que a usina empregava cerca de 1.200 pessoas, mas não há informações sobre transferência para outras usinas da Raízen.