Ranking global mostra Brasil abaixo da Arábia Saudita em representação parlamentar feminina
Brasil despenca 16 posições no ranking global de representação feminina no Parlamento, sonhando com avanços que ainda parecem distantes. Com apenas 18,1% de mulheres na Câmara dos Deputados, país enfrenta desafios estruturais e culturais significativos para garantir a paridade de gênero na política.
Brasil ocupa o 133º lugar no ranking de representação parlamentar feminina, conforme dados da União Interparlamentar (UIP) e da ONU Mulheres.
O país está abaixo de Arábia Saudita (125º), Egito (86º) e Iraque (76º), apesar de seus costumes mais conservadores.
Apenas 18,1% da Câmara dos Deputados é composta por mulheres (93). O Brasil fica abaixo da média da América (35,4%) e da média global (27,2%).
Em 2015, o Brasil estava em 117º lugar com 46 deputadas. Apesar do aumento, a posição piorou devido ao avanço de outras nações com medidas estruturais para paridade.
Desde 1997, há cotas para candidaturas femininas, mas a implementação é ineficaz. Apenas em 2014, os partidos cumpriram o mínimo de 30% de candidaturas. A cota não assegura a eleição, faltando mecanismos como financiamento e listas fechadas.
Relatório da ONU Mulheres revelou que mulheres brasileiras enfrentam dificuldades para acessar fundos eleitorais, limitando sua visibilidade. A lei de 30% para candidatas é muitas vezes desrespeitada.
O sistema de eleição proporcional e a violência política de gênero também contribuem para a baixa representação feminina. Esse sistema prioriza campanhas individualizadas, desfavorecendo candidaturas coletivas.
No ranking de participação em ministérios, o Brasil ocupa a 53ª posição, com 10 dos 31 cargos (32,3%) ocupados por mulheres. Apenas nove países têm 50% ou mais de ministras.
A presença feminina global nos parlamentos aumentou apenas 0,3% para 27,2%, e nos ministérios, caiu 0,4%.
A avaliação mostra que mulheres tendem a chefiar pastas de direitos humanos e temas sociais, enquanto homens dominam áreas como economia e defesa, refletindo estereótipos de gênero na política.