Real não teve uma dinâmica 'muito diferente' das moedas de países em posição semelhante, diz diretor do BC
O diretor do Banco Central, Nilton David, analisa a dinâmica do real em relação a outras moedas e destaca a influência do cenário externo. Ele ressalta que a política monetária não deve ser alterada por flutuações cambiais consideradas ruído.
O diretor de política monetária do Banco Central (BC), Nilton David, comentou sobre a dinâmica do real em comparação com moedas de países semelhantes.
Ele destacou que a moeda brasileira não se desviou significativamente das outras, mas talvez tenha apresentado oscilações mais agudas devido a influências externas. Durante uma live do Itaú BBA, David mencionou que o BC não faz projeções sobre a dinâmica futura do câmbio.
Ele explicou que o comportamento da moeda é observado a partir dos níveis de inflação do boletim Focus. Apesar da apreciação do real no primeiro trimestre, a inflação dos economistas consultados aumentou.
David sugeriu que isso pode indicar uma percepção de que a valorização do real não é permanente ou que compensações de outras variáveis estão em jogo.
A volatilidade histórica do real é em torno de 1% ao dia. Ele citou o economista Edmar Bacha, que mencionou que a sensibilidade dos preços ao câmbio é de aproximadamente 30%.
David elucidou que, usando uma fração de 1/3 para simplificação, a oscilação natural da moeda poderia influenciar a inflação em até 1% entre as reuniões do Copom. Ele reafirmou que o BC não considera haver uma relação mecânica entre câmbio e política monetária, preferindo observar tendências em vez de reações a ruídos temporários.