Receita quer ampliar fiscalização especializada em grandes empresas e alto patrimônio
Receita Federal planeja criar novas delegacias especializadas para otimizar a fiscalização e o recolhimento de impostos de grandes contribuintes. Estrutura administrativa precisa ser alterada para viabilizar as mudanças propostas em diferentes capitais.
Receita Federal planeja ampliar as delegacias especializadas na fiscalização de grandes setores econômicos, atualmente em funcionamento no Rio de Janeiro e São Paulo.
Serão criadas quatro novas delegacias em três capitais, focadas em grandes contribuintes pessoas jurídicas. Uma unidade em Belo Horizonte atenderá pessoas físicas de elevado patrimônio e outra em João Pessoa se especializará em setores controlados, como fumo e bebidas.
O objetivo é uma atuação mais eficiente, com auditores capacitados para fiscalizar diferentes tipos de empresas.
O plano, que já existe há mais de um ano, estava parado por depender de uma mudança administrativa na estrutura de cargos da Receita. Essa alteração é parte de uma medida provisória (MP) relacionada ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A MP transforma funções gratificadas em comissionadas, custando R$ 6,9 milhões em 2025 e R$ 12,9 milhões em 2026. Sem essa reestruturação, não haveria viabilidade para as novas delegacias.
Atualmente, a maioria das delegacias opera regionalmente. Apenas duas se especializam em nível nacional:
- São Paulo: instituições financeiras
- Rio de Janeiro: óleo e gás, mineração e eletricidade
As novas unidades seriam divididas conforme abaixo:
- Rio de Janeiro: petróleo e gás, mineração, combustíveis e eletricidade
- São Paulo I: automóveis, telecomunicações, transporte e construção
- São Paulo II: instituições financeiras
- Manaus: água e esgoto, eletrônicos, saúde e fármacos
- Salvador: químicos, papel e celulose, calçados e bens de capital
- Florianópolis: agricultura, pecuária, têxtil e supermercados
- Belo Horizonte: pessoas físicas de elevado patrimônio
- João Pessoa: setores sujeitos a controle especial, como biodiesel, cigarros e bebidas