Recorde de receita: tarifas arrecadaram US$ 24,2 bilhões em maio, nos EUA
Arrecadação recorde em maio traz alívio aos cofres americanos, mas importações da China despencam. Especialistas alertam para possíveis danos ao comércio global devido às altas taxas impostas.
A arrecadação de taxas nos EUA subiu para US$ 24,2 bilhões em maio, quase quatro vezes mais do que em 2022. Esse foi o primeiro mês completo com a nova cobrança global de 10%, resultando em um aumento de 25% em relação a abril.
Os dados do Financial Times mostram que esse aumento pode ajudar os cofres do governo, especialmente após a aprovação do pacote de impostos e gastos de Trump, conhecido como "One Big Beautiful Bill". Este projeto mantêm cortes tributários e reduz gastos em saúde, projetando um aumento de US$ 3,4 trilhões no déficit federal na próxima década.
No entanto, especialistas alertam sobre danos significativos: as importações da China caíram 21% em relação a abril e 43% na comparação anual, evidenciando o impacto das cobranças sobre o comércio.
Trump impôs taxas de até 145% sobre produtos chineses, que foram reduzidas para 30% após negociações. Isso fez com que as importações da China atingissem o menor nível em 19 anos. Trump defende que essas taxas ajudarão a trazer a indústria de volta aos EUA e gerarão receitas para o país.
Apesar da alta na arrecadação, o montante de maio representou apenas 7,7% do déficit federal, que foi de US$ 316 bilhões. A média de taxas sobre produtos chineses já alcançou 48%, enquanto setores como aço e automóveis enfrentam tarifas de até 50%.
Recentemente, Trump anunciou o envio de cartas a países sem acordos, impondo taxas unilaterais de até 70%. Análises do Yale Budget Lab indicam que, se as taxas permanecerem até 16 de junho, a taxa efetiva poderá se estabilizar em torno de 15%.