Redução das tensões no Oriente Médio ameniza pressão sobre juros no Brasil e nos EUA
Redução das tensões entre Irã e Israel alivia pressões sobre juros nos EUA e Brasil, mas economistas permanecem cautelosos. Análises apontam que cortes nas taxas de juros dependem de desdobramentos econômicos e estabilidade do petróleo.
A redução das tensões no conflito Irã x Israel alivia a pressão sobre a política de juros no Brasil e EUA, mas economistas continuam em alerta sobre a inflação.
Com um possível cessar-fogo anunciado por Donald Trump, as pressões sobre os juros diminuíram. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 0,25 ponto, atingindo 15%. Já nos EUA, a taxa permanece entre 4,25% e 4,5%.
A ata do Copom, publicada em 24 de outubro, evidencia cautela diante dos cenários interno e externo. As declarações de Jerome Powell, do Federal Reserve, também sugerem uma abordagem cuidadosa, com o mercado reduzindo as chances de corte de juros a partir de julho.
Se a cotação do petróleo mantiver níveis baixos, os cortes de juros nos EUA poderão iniciar em setembro, beneficiando o Brasil. Analistas indicam que no Brasil, a trajetória de alta da Selic só continuará em caso de pressão inflacionária ou fuga de capitais.
As incertezas poderão adiar os cortes de juros, previstos para o primeiro trimestre de 2026 nas análises menos conservadoras. Jorge Ferreira, da ESPM, acredita que o Banco Central pouco mudará a política de juros devido ao conflito, a menos que a inflação se deteriore.
André Matos, da MA7 Negócios, ressalta que o cenário global é volátil e riscos geopolíticos impactam negativamente a economia brasileira, sugerindo que os juros podem permanecer altos por mais tempo.
Powell reafirmou que as tensões no Oriente Médio não são fator decisivo para mudanças na política monetária dos EUA. Matos também indica que a estabilização do petróleo permite ao Fed antecipar cortes nos juros.
Bruno Corano, da Corano Capital, destaca que as flutuações ocasionadas pelo conflito não devem afetar decisões do Fed, visto que a inflação americana está controlada e em tendência de queda. Com o petróleo despencando, as oscilações atuais não transparecem um impacto significativo na economia global.