Refina Brasil vê avanço do E30 como positivo e alerta para riscos diante da nova escalada no Oriente Médio

Evaristo Pinheiro, presidente da Refina Brasil, destaca a necessidade do Brasil priorizar sua segurança energética em meio à instabilidade geopolítica entre Irã e Israel, especialmente devido à tensão no Estreito de Ormuz, que é crucial para o abastecimento mundial de petróleo.

Pinheiro alerta que, embora o risco de desabastecimento não seja imediato, o aumento de preços de combustíveis já é inevitável. Brazil tem fontes diversificadas de combustível, mas deve focar na soberania energética e na produção interna.

Com o anúncio do governo sobre o aumento da mistura de etanol na gasolina e biodiesel no diesel, a Refina Brasil apoia a iniciativa, acreditando que os biocombustíveis são essenciais para a transição energética.

Contudo, Pinheiro ressalta a fragilidade estrutural do Brasil, que possui capacidade de armazenamento apenas para seis dias e um déficit de refino de 600 mil barris/dia. A dependência de importações de derivados eleva a vulnerabilidade a crises externas.

Além disso, a influência da Petrobras, que controla 60% do refino nacional, limita a competitividade e prejudica investimentos. Pinheiro acredita que, ao corrigir distorções, o Brasil pode atrair R$ 70 bilhões em investimentos, gerar 4.500 empregos e arrecadar R$ 20 bilhões em impostos.

O recente Relatório de Sustentabilidade da Petrobras revela um investimento de US$ 16,3 bilhões para reduzir emissões nos próximos cinco anos, com o potencial de criar 315 mil empregos.

As propostas incluem a produção de diesel renovável e querosene de aviação sustentável, ações ambientais e programas de qualificação profissional, todas dependentes de um ambiente de mercado equilibrado e do fortalecimento da capacidade de refino nacional.