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Reforma tributária pode elevar impostos do setor de serviços e pressionar preços? Entenda mudanças

Setor de serviços enfrenta aumento na carga tributária com a reforma e avalia impactos na sustentabilidade de empresas. Especialistas alertam para possível repasse dos custos ao consumidor e necessitam de adequações para evitar danos maiores.

Reforma tributária gera preocupações no setor de serviços. Entidades representativas alertam para aumento da carga tributária, principalmente em negócios intensivos em mão de obra, impactando a sobrevivência das empresas.

O principal problema é o modelo de cobrança do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Diferentemente da indústria, que pode descontar créditos tributários, empresas de serviços têm poucos insumos dedutíveis. A alíquota cheia do IVA, estimada entre 26,5% e 28,5%, recairá sobre quase todo o faturamento.

Fernando de Freitas, da Confederação Nacional de Serviços (CNS), explica que em serviços como advocacia e consultoria, a alíquota de 28% afetará praticamente toda a receita, enquanto a indústria pode descontar créditos ao longo da cadeia produtiva.

A reforma unificará impostos como PIS, Cofins, ICMS e ISS em dois tributos: Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

  • No Simples Nacional, 5 milhões de empresas de serviços serão divididas entre o modelo atual e um novo Simples Híbrido.
  • Empresas no Lucro Real ou Presumido terão mudanças significativas e precisarão adaptar-se à nova apuração de créditos.

Especialistas preveem que alguns setores de serviços enfrentarão aumento na carga tributária. A pesquisa da CNS indica que o setor representa 76,4% do pessoal ocupado e 70% do PIB brasileiro.

Além disso, empresas já consideram repassar o aumento de carga tributária aos consumidores, alerta Luigi Nese, presidente da CNS. Mesmo melhorias nas alíquotas para educação, saúde e transporte coletivo podem não neutralizar o impacto.

Para mitigar os efeitos, a CNS propõe a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 63/2023 sobre a desoneração da folha de pagamento, embora a iniciativa divida opiniões. Hélzio Mascarenhas destaca que soluções como o crédito presumido de CBS são necessárias.

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