Região no sul da Bolívia pode se consolidar como novo enclave contra Evo Morales
O clima de insatisfação e desejo por mudança se intensifica entre os eleitores bolivianos, enquanto os candidatos à presidência se preparem para as eleições de domingo. A queda na popularidade do MAS e a crise econômica marcam uma possível virada política no país.
Cenário Político na Bolívia: O taxista Martín Vargas, 52, expressa a necessidade de mudança enquanto se prepara para as eleições presidenciais no próximo domingo (17). A cidade de Tarija torna-se um termômetro da guinada à direita após duas décadas de domínio do MAS (Movimento ao Socialismo).
A Bolívia enfrenta uma crise econômica severa, com escassez de dólares, combustíveis e alimentos, além de inflação de 25%, a mais alta desde 2008. A insatisfação com o governo de Luis Arce é evidente, e ele não tentará reeleição.
O rompimento entre Evo Morales e Arce prejudicou a popularidade do MAS e resultou em violência e protestos. O partido chega enfraquecido às urnas, enquanto Evo tenta promover o voto nulo após seu impedimento judicial para concorrer.
Pesquisas recentes mostram que o multimilionário Samuel Doria Medina (Aliança Unidade) lidera as intenções de voto em Tarija com 37,5%. O ex-presidente Jorge "Tuto" Quiroga segue com 18,9%, enquanto o esquerdista Andrónico Rodríguez tem apenas 5,6%.
A região de Tarija, conhecida por seu alto IDH, reflete a situação atual da Bolívia. Apesar da dependência do gás natural, o crescimento da soja e do turismo está mudando o panorama econômico.
Em 2023, Tarija recebeu 147,5 mil visitantes internacionais. Candidatos como Medina e Quiroga prometem mudar o modelo econômico e abrir o mercado para investimentos estrangeiros.
O eleitorado boliviano, com cerca de oito milhões de registrados, se prepara para votar, enfrentando descontentamento e uma escolha entre candidatos considerados insatisfatórios. O aposentado Alberto Vallencia, 72, lamenta: "Precisamos de um salto criativo para reativar a economia."