Regime do Irã fará execuções em massa caso permaneça no poder, diz opositor
Cessar-fogo entre Israel e Irã gera alívio para Teerã, mas opositores temem repressão crescente. Arash Hamedian alerta que a trégua beneficia o regime, enquanto a população enfrenta prisões e violências.
Cessar-fogo entre Israel e Irã entra em vigor em 24 de outubro, proporcionando alívio ao regime iraniano.
Antes do acordo, Donald Trump expressou esperança de que Teerã "possa seguir rumo à paz". Ele disse não querer ver a mudança de poder no Irã, que poderia levar ao caos.
O opositor iraniano Arash Hamedian diz que a população se sente traída e alerta que a trégua é boa para a teocracia, mas ruim para o povo, pois a repressão a dissidentes se intensificará.
"Se o regime permanecer no poder, haverá execuções em massa", afirma Hamedian. Ele acredita que a verdadeira paz só virá com a mudança de regime.
Durante 12 dias de conflito, as autoridades iranianas prenderam aproximadamente 700 pessoas acusadas de espionagem para Israel, segundo informação da agência Nournews.
Hamedian, que resides na Alemanha, teme pela segurança dos familiares no Irã, onde os contatos foram cortados após os ataques israelenses. Ele menciona a morte de Mahsa Amini como um marco para os protestos contra o regime.
Os protestos de 2022 representaram a maior ameaça ao regime desde 1979, resultando em mais de 500 mortos e 22 mil detidos. O regime, debilitado por bombardeios, ainda mantém militantes armados.
Hamedian contesta a afirmação de Trump sobre o caos pós-regime, argumentando que um novo governo moderado é viável, dado o crescente desapego à teocracia.
Ele defende que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve cortar relações com o regime, uma mudança em relação à diplomacia brasileira atual, que critica Israel.
Enquanto isso, Hamedian continua seus esforços para conscientizar a população sobre a realidade do Irã.