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Rejeição à CLT impulsiona apagão de mão de obra na indústria

A mudança nas preferências dos trabalhadores brasileiros, que valorizam mais a flexibilidade e a autonomia, está impactando a contratação na indústria. Com a crescente saída de jovens do mercado formal e a busca por trabalho autônomo, empresas enfrentam dificuldade em encontrar mão de obra qualificada.

A rejeição à CLT e a saída de milhões de jovens do mercado de trabalho estão contribuindo para um apagão de mão de obra na indústria.

Com o aumento dos benefícios sociais, mais jovens estão focando nos estudos, enquanto aqueles que buscam trabalho demandam flexibilidade difícil de encontrar em empregos formais.

Pesquisas da Fiesp e do Datafolha revelam que:

  • 59% preferem trabalhar por conta própria.
  • 31% valorizam ganhar mais ao invés de ter um emprego registrado.
  • 77,1% das indústrias consideram o processo de contratação difícil.

No Estado de São Paulo, 63% dos entrevistados afirmam que o trabalho formal oferece pouca flexibilidade. Além disso:

  • 58% optariam por trabalhar por conta própria.
  • 36% consideram salários e benefícios como fatores cruciais para emprego.

Segundo Renato Meirelles, presidente do instituto Locomotiva, o tempo é o ativo mais valorizado pelos trabalhadores.

O avanço da tecnologia e a ascensão dos aplicativos de trabalho deslocaram os jovens do mercado formal. Entre 2019 e 2023, 2,5 milhões de jovens deixaram a força de trabalho, mesmo em um contexto de pleno emprego e baixa taxa de desemprego de 7%.

Embora os benefícios sociais tenham contribuído para essa saída, 55% dos jovens afastados estão atualmente estudando. Para o economista Daniel Duque, isso pode ter um efeito positivo na formação da mão de obra futura.

Especialistas sugerem que as empresas precisarão ajustar salários e flexibilizar a carga horária para atrair trabalhadores, uma resposta à nova dinâmica do mercado de trabalho.

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