Relator da CPI mista do INSS diz que recusou convite de visita a Bolsonaro para manter 'imparcialidade'
Relator da CPMI afirma que recusa a visita a Bolsonaro visa manter a imparcialidade da investigação. Gaspar destaca a importância de apurar os descontos indevidos sem proteger ou perseguir governos.
Relator da CPMI sobre descontos indevidos no INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), recusou convite para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a fim de manter a imparcialidade dos trabalhos.
Bolsonaro está em prisão domiciliar, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes do STF. Visitas requerem autorização da Corte e de advogados do ex-presidente.
Gaspar informou que recebeu o convite através do advogado de Bolsonaro antes de ser escolhido relator. “Fui convidado e aceitei com honra, mas decidi não ir”, afirmou.
A prisão de Bolsonaro foi decretada em 4 de agosto, após descumprimento de medidas cautelares anteriores. Visitas são restritas, sem a permissão de redes sociais e telefones celulares.
Gaspar, que compõe a oposição a Lula (PT), foi designado relator após parlamentares da oposição conquistarem a presidência da CPMI, com o senador Carlos Viana (Podemos-MG) no cargo.
O relator enfatizou que não busca responsabilizar nenhum governo específico e que a investigação será imparcial. “Quem meteu a mão no dinheiro do povo não perguntou a mim se era conveniente”, disse.
Apesar disso, Gaspar tem criticado Lula nas redes sociais, afirmando que "mais de R$ 6 bilhões foram desviados do INSS" com a conivência de aliados e pessoas do alto escalão.