Relator nega ameaça de prisão a delegado na CPI do INSS

Deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) negou, em 28 de agosto de 2025, ter ameaçado de prisão o delegado da PF, Bruno Bergamaschi, durante depoimento na CPMI do INSS.

O delegado participou de uma audiência fechada de 5 horas, devido ao caráter sigiloso das investigações da operação Sem Desconto, que investiga fraudes bilionárias em benefícios do INSS.

Gaspar afirmou que não houve ameaça, mas sim esclarecimentos sobre o que é sigiloso. Ele explicou que as perguntas foram baseadas em informações já públicas, enquanto Bergamaschi se recusava a responder por ordem superior.

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) relatou que Gaspar teve que expulsar o coordenador da PF, Alexandre Rollo Alves, por tentar impedir o depoimento do delegado. Partidos como o PT tentaram garantir o silêncio do delegado com um habeas corpus no STF.

O ministro do STF, André Mendonça, interveio e autorizou o delegado a responder apenas sobre informações públicas.

Durante a sessão, Gaspar questionou por que a PF não prendeu Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, acusado de ser um dos operadores principais da organização criminosa.

A CPMI também ouviu a defensora pública Patrícia Bettin Chaves, que relatou fraudes desde 2019.

A operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, já cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão temporária em 13 estados. Identificou irregularidades em descontos indevidos sobre benefícios previdenciários.

O governo informou que a CGU iniciou apurações sobre o aumento de entidades e valores descontados dos aposentados, revelando que 70% das 29 entidades analisadas não apresentaram documentação completa ao INSS.

Na operação, 6 pessoas foram afastadas de suas funções, incluindo o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.