Relatório preliminar sobre acidente da Air India indica corte brusco de combustível
Investigação preliminar não explica como os motores foram desligados momentos após a decolagem. Relatório revela que ambas as caixas-pretas foram recuperadas e dados cruciais para a apuração já foram extraídos.
Relatório preliminar sobre o acidente do voo da Air India em junho, que causou a morte de 260 pessoas, foi divulgado. Três segundos após a decolagem, os interruptores de combustível foram movidos para a posição "cutoff", resultando em perda imediata de potência.
Uma conversa no gravador de voz da cabine revelou que um piloto perguntou ao outro por que o combustível foi cortado, e o segundo pilot respondeu que não o fez. O relatório não detalhou quais pilotos emitiram o mayday momentos antes do acidente.
Antes do acidente, os interruptores estavam na posição "run", e ao que tudo indica, os motores estavam sendo reacendidos em baixa altitude. Ambos os pilotos tinham grande experiência, somando cerca de 19 mil horas de voo.
Especialistas em segurança da aviação questionam como os interruptores foram movidos de forma irregular. Não há explicação no relatório para essa mudança. O corte de combustível, geralmente usado em situações de emergência, não foi indicado como necessário durante o voo, que tinha como destino Londre.
O Departamento de Investigação de Acidentes Aéreos da Índia lidera a apuração do acidente registrado como o mais mortal na última década. As caixas-pretas foram recuperadas e as informações extraídas para auxiliar na investigação.
Também há um escrutínio crescente sobre a Air India, que foi alertada por violações graves de regulamentos de segurança. A Agência Europeia para a Segurança da Aviação planeja investigar sua subsidiária, a Air India Express, devido a falhas na substituição de peças de motores.
O NTSB, nos EUA, não se manifestou sobre o relatório, mas a presidente, Jennifer Homendy, havia solicitado transparência no processo investigativo.