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Relíquia ou fraude? A história do Santo Sudário, a mortalha que teria envolvido Jesus

O Santo Sudário é alvo de controvérsias, com a Igreja Católica reconhecendo sua presença apenas como uma tradição, enquanto cientistas e historiadores debatem sua autenticidade. A relíquia, que muitos acreditam ter envolvido o corpo de Jesus, é vista por outros como uma fraude medieval sem evidências concretas.

Santo Sudário: Relíquia ou Fraude?

O Santo Sudário, um lençol de linho exposto na Catedral de Turim, mede 4,41 metros de comprimento e 1,13 metro de altura. Acredita-se que contenha a imagem de um corpo humano, possivelmente de Jesus, envolvido após sua crucificação por volta do ano 30. Contudo, muitos pesquisadores afirmam que é uma fraude medieval.

Durante uma visita à catedral em abril de 2018, um painel indicava que a Igreja Católica não reconhece o Sudário como autêntico, afirmando que sua tradição é apenas “não definitivamente comprovada”. Historicamente, os corpos crucificados não eram enterrados, o que levanta questionamentos sobre a legitimidade do Sudário, segundo o historiador André Leonardo Chevitarese.

Chevitarese ressalta que, embora seja uma fraude histórica, o Sudário é considerado por muitos como uma reliquia, o que respeita a fé das pessoas. O teólogo Gerson Leite de Moraes complementa que a Igreja reconhece a falta de autenticidade, mas respeita a tradição popular.

Os evangelhos canônicos mencionam que o corpo de Jesus foi envolto em um lençol, mas Chevitarese argumenta que essa prática não era comum entre os crucificados, que geralmente eram deixados expostos. Isso traz uma ambiguidade sobre a necessidade de um sepultamento.

A história do Sudário é complexa. Jack Brandão, pesquisador de arte, lança um livro sobre a trajetória do tecido e sua relação com o Mandílio, outra relíquia com similaridades. Registros históricos sugerem que o Mandílio, que existia desde o ano 384, pode ter se fundido com a história do Sudário.

A Igreja não afirma se o Sudário é verdadeiro, reconhecendo apenas que é um objeto de veneração. A análise de testes científicos como o carbono-14, realizado em 1988, indicou que o pano data entre os séculos 13 e 14, levando a debates sobre sua verdadeira origem.

As teorias sobre o Sudário também envolvem possíveis contaminações e a dificuldade em reproduzir uma fraude sofisticada da época. O fenômeno da impressão da imagem no tecido é debatido, com a hipótese da reação química de Maillard como uma explicação.

Por fim, a questão da autenticidade do Sudário permanece em aberto, mas a sua sacralidade é inegável para aqueles que a veneram como um símbolo de fé. “Para os crentes, a ciência pouco importa”, conclui Moraes.

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