Reserva de títulos do Tesouro está entre ferramentas para negociações com os EUA, diz ministro do Japão
Ministro das Finanças do Japão sugere que reservas em títulos do Tesouro dos EUA podem ser utilizadas como fator nas negociações comerciais com Washington. A declaração marca uma mudança na postura do Japão, levantando discussões sobre sua influência como o maior credor americano.
Japão considera usar reservas em títulos do Tesouro dos EUA como moeda de negociação
O ministro das Finanças do Japão, Katsunobu Kato, afirmou que o país pode usar suas reservas de mais de US$ 1 trilhão em títulos do Tesouro dos EUA como uma carta nas negociações comerciais com Washington.
Embora não tenha ameaçado vender as participações, suas declarações suscitam preocupações sobre o que Japão e China poderiam fazer para obter concessões tarifárias da administração Trump.
No mês passado, após anúncios de tarifas de Trump, o mercado de títulos sofreu uma grande liquidação.
Kato destacou que o objetivo principal das reservas é garantir liquidez para intervenções no iene, mas indicou que poderia haver o uso dessas reservas nas negociações: "Precisamos colocar todas as cartas na mesa".
Ele também mencionou que a liquidação do mercado de títulos pode influenciar a abordagem de Washington nas negociações com o Japão. Participações estrangeiras em títulos aumentaram 3,4% em fevereiro, com Japão e China solidificando suas posições.
Analistas observam que, apesar do Japão ser um aliado dos EUA, a possibilidade de usar as reservas como ferramenta de barganha existe, especialmente diante das tensões comerciais.
Enquanto isso, o negociador comercial do Japão, Ryosei Akazawa, afirmou que as discussões sobre comércio e segurança econômica continuam.
Kato negou que a reunião passada tenha discutido taxas de câmbio, mas analistas acreditam que as reservas em títulos poderiam ser um recurso nas divergências sobre moedas.
No entanto, especialistas advertem que vender as reservas seria prejudicial para Japão e China, causando perdas significativas. “É uma questão absolutamente inexistente no passado”, disse Nathan Sheets, ex-subsecretário dos EUA.