Resgates de fundos desaceleram em maio; ações e multimercados têm alívio
A desaceleração dos resgates é marcada por uma recuperação nos retornos de fundos multimercados e ações, com investidores demonstrando maior interesse em ativos de risco. Apesar das saídas líquidas, alguns fundos, como os FIPs e ETFs, apresentaram captação positiva no mês de maio.
Resgates de fundos de investimento desaceleram em maio, com saídas líquidas de R$ 14,1 bilhões, em comparação a R$ 50,6 bilhões em abril, segundo a Anbima. No acumulado do ano, o saldo está negativo em R$ 78,3 bilhões.
Os fundos multimercados foram os principais alvos de retiradas, com captação negativa de R$ 16,2 bilhões, abaixo dos R$ 20,8 bilhões de abril. No ano, os resgates líquidos chegam a R$ 79,2 bilhões. A melhora nos retornos desde abril, após a elevação de tarifas comerciais pelo presidente americano, contribuiu para essa desaceleração.
Entre os multimercados, todos os tipos tiveram retorno positivo, com destaque para os Long & Short neutro, que tiveram ganho de 5,29% em maio.
Nos fundos de ações, os saques superaram os depósitos em R$ 3,4 bilhões, uma redução em relação aos R$ 7,7 bilhões de abril. Segundo Pedro Rudge, da Anbima, isso pode indicar maior apetite por ativos de risco devido à performance positiva da bolsa.
Já os fundos de renda fixa tiveram saídas líquidas de R$ 1,4 bilhão, caindo dos R$ 21,1 bilhões de abril. Fundos do tipo Duração Livre Crédito Livre concentraram resgates significativos, com saídas de R$ 12,1 bilhões.
Os FIPs tiveram captação líquida positiva de R$ 2,6 bilhões, seguidos pelos ETFs com R$ 2,2 bilhões e os FIDCs com R$ 1,4 bilhão. Também apresentaram saldo positivo os fundos de previdência, com R$ 418 milhões, e os fundos cambiais, com R$ 314,2 milhões.
Em termos de rentabilidade, os fundos de Duração Média Crédito Livre destacaram-se na renda fixa com 1,21%. Em ações, apenas os FMP-FGTS apresentaram resultado negativo, enquanto os fundos de ações setoriais avançaram 15,86% no período.