Resultados da motosserra de Milei
Milei surpreende críticos ao promover recuperação econômica na Argentina, com PIB crescendo 5,8% e inflação em queda acentuada. No entanto, desafios nas contas externas e aumento das importações geram preocupações sobre a solidez da recuperação.
Javier Milei assumiu a presidência da Argentina e surpreendeu com sua política econômica, desafiando as expectativas pessimistas de economistas brasileiros.
Após um ano e meio de mandato, as medidas de enxugamento da máquina pública, redução de salários e aposentadorias e recuperação de reservas externas têm alcançado resultados positivos.
A inflação, que ultrapassava 200% ao ano, caiu de 25,5% em dezembro de 2023 para 1,5% em maio de 2024. O PIB cresceu 5,8% ao ano no primeiro trimestre.
De acordo com Dante Sica, ex-ministro e atual consultor, “a recuperação está sendo liderada pelo investimento e pelo aumento do consumo”.
Entretanto, as contas externas ainda são um desafio. O superávit passou de US$ 5,7 bilhões nos primeiros três meses de 2024 para um déficit de US$ 5,1 bilhões em 2025, devido ao aumento de 45% nas importações.
As reservas, antes criticadas, agora atingem US$ 38 bilhões, impulsionadas por um socorro do FMI. Contudo, ainda não há solidez diante do rombo da balança comercial.
Dentre as críticas, alguns analistas apontam que a política pode estar ampliando a pobreza, apesar da redução da inflação trazer alívio aos consumidores. O desemprego permanece em 7,9%, apenas 0,2 ponto acima de um ano atrás.
Em suma, Milei tem demonstrado resultados que podem gerar frutos políticos positivos para ele e seus aliados.