Retaliação tende a afetar parceiros comerciais do Brasil e consumidores, diz parecer do governo Lula
Novo decreto pode impactar o comércio brasileiro e desencadear retaliações contra parceiros comerciais. Governo busca a negociação com os EUA para evitar a taxação de 50% sobre produtos do Brasil.
BRASÍLIA — O decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para responder à taxação dos EUA pode impactar parceiros comerciais, importadores e consumidores brasileiros, segundo parecer do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
O decreto, publicado em 15 de agosto, regulamenta a Lei da Reciprocidade Econômica e foi elaborado após o anúncio de tarifação de 50% sobre produtos brasileiros por Donald Trump em 9 de julho. Neste dia, o presidente dos EUA fez o anúncio pela rede social Truth Social.
O parecer alerta para os riscos de retaliações, como:
- Imposição de tarifas
- Restrições comerciais
- Suspensão de patentes
A proposta de decreto sugere ações para facilitar negociações e encontrar soluções antes de aplicar contramedidas. Contudo, consumidores e importadores podem ser afetados negativamente pela adoção de tais medidas.
Técnicos do governo destacam que a negociação deve ser prioritária, e as contramedidas devem ocorrer apenas após consulta pública e conversas com o parceiro afetado. A intenção do governo é negociar com os EUA para evitar a taxação.
Alckmin afirmou que o Brasil terá um superávit significativo com os EUA e pediu um adiamento da taxação. Lula criticou Trump, mencionou a possibilidade de taxar empresas digitais americanas e reiterou seu compromisso em defender a economia brasileira.
Em entrevista, Lula destacou a importância de negociação, lembrando as boas relações entre os dois países ao longo de 200 anos. “Seria melhor estabelecer uma negociação primeiro, e depois alcançar um acordo possível”, concluiu.