Reunião preparatória à COP30 termina com ganhos para o Brasil

Negociações em Bonn avançam após duas semanas com delegados de quase 200 países na Alemanha. O Brasil saiu vitorioso, mas o ressentimento de países em desenvolvimento devido ao fraco compromisso financeiro da COP29 ainda paira sobre a reunião.

A ressaca de Baku pode impactar a COP30 em Belém, especialmente em relação ao compromisso financeiro de US$ 300 bilhões anuales até 2035 e a mobilização de US$ 1,3 trilhão de várias fontes. Países em desenvolvimento desejam recursos públicos e temem endividamento.

Prioridades brasileiras para a COP30 incluem parâmetros globais de adaptação, transição justa e o Balanço Global do Acordo de Paris. Discutiu-se sobre cem indicadores em temas como infraestrutura e biodiversidade, mas a União Europeia bloqueou menções a recursos financeiros.

Diego Pacheco, da Bolívia, criticou a má-fé dos países desenvolvidos nas negociações, enquanto Jacob Werskam, chefe negociador da UE, defendeu a boa-fé da União Europeia.

O texto sobre transição justa foi aprovado em Bonn. Ele menciona a necessidade de afastamento dos combustíveis fósseis e a participação de pessoas afrodescendentes. Mariana Belmont, do Geledés, elogiou o texto por refletir demandas sociais.

André Castro Santos destacou que o processo é sobre o direito ao desenvolvimento e que a mudança climática é um desafio para os investimentos em tecnologia nos países em desenvolvimento.

O diálogo sobre o Balanço Global chegará à COP30 com duas versões, refletindo a falta de consenso. Claudio Angelo observou que o ressentimento devido a Baku se manifestou nas discussões.

A embaixadora Liliam Chagas afirmou que a COP30 já começou em Bonn, enfatizando o engajamento de todos em um mutirão global promovido pela presidência brasileira.