Ricardo Nunes libera mercado para injetar R$ 3 bi na construção de novos prédios na Faria Lima
Regulamentação da Operação Urbana Faria Lima possibilita investimento de até R$ 3 bilhões na urbanização de Paraisópolis e melhorias na infraestrutura da região. A medida visa atender às necessidades de expansão imobiliária e compensar os impactos da construção na área.
Operação Urbana Faria Lima é o principal projeto de urbanização com recursos privados em São Paulo. A regulamentação foi publicada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) em 21 de outubro de 2023.
Com a regulamentação, o setor imobiliário pode comprar títulos que garantem direitos de ampliação e construção de edifícios na área da avenida Faria Lima, símbolo do mercado financeiro.
Dos R$ 3 bilhões esperados, R$ 2 bilhões serão investidos na urbanização de Paraisópolis e comunidades vizinhas na zona sul. Obras de infraestrutura também estão nos planos para melhorar a região.
Dentre as intervenções, a construção do boulevard Juscelino Kubitschek é destacada. Essa obra visa facilitar o tráfego, ligando túneis sob o rio Pinheiros ao complexo viário Ayrton Senna.
A proposta de túnel existe desde os anos 1980, mas foi interrompida na gestão de Luiza Erundina. A viabilidade da obra enfrenta desafios financeiros, e investimentos de outras fontes podem ser necessários.
A regulamentação não resolve a polêmica sobre a legalização de um prédio de 23 andares construído sem alvará. A Justiça suspendeu a regularização e o Ministério Público questiona o artigo legal que permitiria a adequação.
Em 2023, a prefeitura pediu a demolição do prédio, que foi negada pela Justiça.
A administração municipal está alinhada com diversas secretarias para definir estratégias, priorizando o complexo Paraisópolis. Em março de 2025, a regularização fundiária foi aprovada para as favelas locais e obras de infraestrutura.
Obras incluem a extensão da hidrovia do rio Pinheiros, reforma do Largo da Batata e prolongamento da Faria Lima. Recursos para a operação são obtidos por Cpacs (Certificados de Potencial Adicional de Construção).
Esses títulos substituem a outorga onerosa, regulamentando construções superiores na área. O leilão de Cepacs ainda precisa de detalhes a serem enviados à CVM e pode levar cerca de três meses.
Estimativas apontam a possibilidade de liberar 250 mil m² na operação, correspondendo aos R$ 3 bilhões esperados. A revisão da operação visou torná-la mais atrativa frente a legislações mais recentes.