‘Risco Trump’: por que o temor de recessão nos EUA mexe com o dólar no Brasil?
Mercados americanos enfrentam queda acentuada impulsionada pelo pessimismo econômico e pela guerra comercial de Trump. A tecnologia, que havia liderado os ganhos, agora registra perdas significativas, com o Nasdaq 100 sofrendo sua maior desvalorização desde 2022.
Os mercados americanos enfrentaram perdas significativas ontem, destacando-se as ações das Sete Magníficas: Apple, Amazon, Alphabet, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla. O pessimismo cresceu após declarações do presidente Donald Trump sobre uma possível recessão, que resultaram em uma queda de 4% no Nasdaq 100, a maior desde 2022, e perdas de 2,08% no Dow Jones e 2,70% no S&P 500.
O VIX, conhecido como “índice do medo”, disparou 20,3%. No Brasil, o Ibovespa caiu 0,41%, e o dólar subiu 1,05%, a R$ 5,851.
Trump, em entrevista à Fox News, afirmou que "detesta prever" recessões, mas indicou um "período de transição". Isso causou reações negativas nos mercados, que afetam diretamente o patrimônio financeiro dos americanos, em que as ações representavam 64% segundo dados do Fed.
Analisando a situação, especialistas destacam riscos como a guerra comercial de Trump, tarifas elevadas, demissões em massa e a aproximação do governo com o mercado financeiro. Paula Zogbi, da Nomad, mencionou que a administração Trump não prioriza mais o controle do mercado.
As ações da Tesla despencaram 15,43%, prejudicadas por revisões negativas nas estimativas de entrega e também devido à atuação de Elon Musk no governo. Isso resultou em boicotes e vandalismo contra a marca.
Os analistas consideram que o risco de recessão aumentou devido às políticas de Trump. Jan Hatzius, economista-chefe do Goldman Sachs, cortou suas previsões de PIB de 2,4% para 1,7%.
Com a inflação avançando 3% na comparação anual e tarifas que potencialmente elevarão ainda mais os preços, as projeções para os próximos meses permanecem sombrias. O cenário de recessão passa de improvável para uma possibilidade considerada.