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RJ simultânea da Oi nos EUA e Brasil cria novo tipo de insegurança jurídica, dizem advogados

Grupo Oi busca recuperação judicial nos EUA em meio a controvérsias e riscos jurídicos. A estratégia, inédita, pode abrir precedentes para outras empresas contornarem a jurisdição brasileira.

Grupo Oi anuncia recuperação judicial nos EUA, enquanto continua reestruturação no Brasil, gerando controvérsia no processo que já dura quase dez anos.

Este movimento é inédito, podendo estabelecer um precedente legal que trará insegurança jurídica para credores no Brasil.

A empresa pretende abrir uma RJ nos EUA para acessar créditos extraconcursais que não são permitidos pela lei brasileira. Se bem-sucedida, outras empresas podem seguir o mesmo caminho, contornando a jurisdição brasileira.

Exemplos de casos similares incluem a Avianca e a Odebrecht Óleo e Gás, que usaram o Chapter 11 nos EUA para renegociar dívidas.

O advogado Filipe Denki aponta que a Oi está tentando uma inovação jurídica, mas a estratégia pode exigir colaboração entre juízes de diferentes países e potencialmente gerar uma reação legal.

A Oi já abriu uma primeira RJ em 2016 e fez revisões até 2023, quando protocolou um novo pedido, com apoio do TCU. Em julho, iniciou o processo de desistência do Chapter 15 para acionar o Chapter 11.

  • Credores preocupados: A empresa V.tal, com créditos extraconcursais, se posicionou contra a mudança, alegando que é ilegal e viola a jurisdição brasileira.
  • Professor Daniel Carnio Costa argumenta que a Oi tenta driblar limitações do sistema de insolvência brasileiro.

A juíza Simone Gastesi Chevrand confirmou que a mudança nos EUA afetará processos no Brasil, mas não tem poder para decidir sobre a transição do Chapter 15 para o Chapter 11.

Em defesa, a Oi considera as alegações da V.tal apenas factoides e solicitou ao Judiciário brasileiro que confirme a ausência de impedimentos para sua mudança.

Além disso, a Oi busca ajustes no plano de RJ em curso, como reestruturar obrigações trabalhistas e rever prazos de pagamento a fornecedores, diante de atrasos pontuais.

Resumo: Oi busca novas alternativas de recuperação, abrindo processos nos EUA e gerando discussões jurídicas sobre a validade e consequências de tais ações.

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