Rubens Paiva no Congresso: menções a ex-deputado incluem cobranças para esclarecer morte e críticas de Bolsonaro
Menções a Rubens Paiva no Congresso refletem uma crescente valorização da memória do ex-deputado, especialmente após o lançamento do filme "Ainda Estou Aqui". Embora a maioria das citações seja de celebração, críticas isoladas surgem, destacando a divisão política em torno de seu legado.
Rubens Paiva, ex-deputado morto na ditadura militar, foi lembrado quase 200 vezes em discursos no Congresso desde sua prisão em 1971.
A maioria das referências a ele foram elogios ou em memória de seu caso, com um isolamento de Jair Bolsonaro nas críticas durante seu tempo de deputado.
A estreia do filme "Ainda Estou Aqui", ganhador do Oscar, trouxe novos impulsos às menções. Em 2024, houveram quatro menções, e em janeiro de 2025, sete, todas de parlamentares de esquerda.
Recentemente, a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) destacou a decisão do STF sobre a ocultação de cadáver na Lei da Anistia em alusão ao caso de Rubens Paiva.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, fez uma referência ao filme em seu discurso inaugural.
Em 2023, uma pesquisa do Ipec revelou que 70% da população se sentiu orgulhosa com as indicações ao Oscar do filme. Entre jovens de 16 a 24 anos, esse número chegou a 77%.
Nas menções ao ex-parlamentar na Câmara, 153 foram feitas desde 1971, enquanto no Senado, foram 39. A maioria as celebrações de sua memória, exceto as cinco menções de Bolsonaro, que propagou alegações falsas sobre sua morte.
Paiva é frequentemente lembrado por membros do PT e pelo MDB, com 25 referências, além de menções de partidos de centro-direita.
Ulysses Guimarães, ao promulgar a Constituição em 1988, destacou: "A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram."
A memória de Rubens Paiva se intensificou, com um pico de 28 menções em 2014, ano que marcava os 50 anos do golpe militar e a conclusão da Comissão Nacional da Verdade.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) citou Rubens Paiva em 15 discursos, incluindo seu voto contra o impeachment de Dilma Rousseff, ressaltando a responsabilidade democrática.
O desaparecimento de Paiva foi denunciado em 1971 por Marcos Freire (MDB-PE), evidenciando a luta por seus direitos e a apuração de sua morte.