Rússia contrata jovens ucranianos para missões suicidas, diz jornal
SBU denuncia estratégia russa de recrutamento de jovens ucranianos para ataques suicidas. Autoridades lançam campanha de conscientização para evitar coação de adolescentes e detém mais de 700 pessoas por envolvimento em atividades terroristas.
Ucrânia acusa Rússia de recrutamento de jovens para ataques suicidas
O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) acusa a inteligência russa de cooptar jovens ucranianos para missões suicidas, com pelo menos 12 ataques registrados devido a essa estratégia.
Em uma reportagem do The Guardian, um representante do SBU revelou que adolescentes estão sendo recrutados através do Telegram para realizar ataques na região oeste da Ucrânia, longe da linha de frente da guerra.
Esses ataques incluem o incêndio de veículos militares e postos de recrutamento, evoluindo para táticas terroristas ao final de 2024. Os jovens gravam as ações e enviam material para os recrutadores, que disseminam como prova de descontentamento interno na Ucrânia.
A história de Oleh, 19 anos, ilustra essa situação. Ele foi enganado ao aceitar uma proposta de emprego no Telegram, que lhe entregou uma bomba caseira junto com tinta para pintar uma delegacia. Ele conseguiu evitar a detonação e agora enfrenta 12 anos de prisão.
O SBU relata que a Rússia recruta ucranianos para fabricar bombas e entregá-las sem conhecimento do que transportam, permitindo a detonação de explosivos em território ucraniano. Desde 2024, mais de 700 pessoas foram detidas por terrorismo e sabotagem; cerca de 25% são adolescentes, incluindo uma menina de 11 anos.
O SBU afirma que o recrutamento começa com tarefas simples, mas se torna perigoso com o tempo. Uma adolescente foi chantageada após ter malware instalado em seu celular, ameaçada com a divulgação de fotos íntimas.
Para combater essa infiltração, a Ucrânia lançou um programa de conscientização nas escolas e um chatbot para que os jovens denunciem abordagens suspeitas.