Rússia oferece usinas nucleares flutuantes para a Amazônia
Governo brasileiro avalia parceria com a Rosatom para implementar usinas nucleares flutuantes na Amazônia. A proposta visa suprir a demanda de energia na região, ainda dependente de fontes poluentes e distantes da matriz elétrica nacional.
Governo brasileiro considera comprar usinas nucleares flutuantes da estatal russa Rosatom para a Amazônia, dentro da colaboração entre os países na área de energia atômica.
A Rosatom busca expandir parcerias, especialmente na exploração de urânio em Catetité, Bahia. O diretor da empresa, Ivan Dibov, afirma interesse em ampliar cooperação.
Os reatores modulares pequenos (SMR) produzem 10% a 50% da energia das centrais maiores, ocupando menos espaço. A primeira usina flutuante, a Acadêmico Lomonosov, enfrenta críticas de ambientalistas, mas substitui instalações obsoletas na Rússia.
O ministro Alexandre Silveira considera a proposta positiva para áreas de difícil acesso, como a Amazônia, embora a implementação dependa de regulamentos da AIEA. A Rosatom planeja instalar até 12 reatores na Amazônia até 2035.
A usina flutuante russa demorou 10 anos para operar, e o custo final superou estimativas iniciais. Silveira também vê potencial nos reatores para datacenters e outras aplicações energéticas.
Amazônia, apesar de grandes hidrelétricas, enfrenta desafios de conectividade, dependendo de usinas a diesel. O Brasil possui uma matriz elétrica 85% renovável, com a energia nuclear respondendo apenas por 1,2% do consumo.
A Rosatom, presente no Brasil desde 2015, ganhou contratos para fornecer urânio enriquecido por cinco anos para Angra, estimados em US$ 140 milhões. Apesar da capacidade de enriquecer urânio, o Brasil exporta o "yellowcake" para enriquecimento exterior.
A relação com a Rosatom foi fortalecida desde o governo Jair Bolsonaro e solidificada sob Lula. A empresa procura diversificar fontes de urânio globalmente, também em Tanzânia e Namíbia.
A Rosatom mantém interesse na conclusão de Angra 3, mas inicialmente foca em novos projetos. Dibov sugere que também pode oferecer usinas maiores, contribuindo para as metas climáticas do Brasil.
O interesse em energia nuclear renasce globalmente, especialmente após o acidente de Fukushima. O Banco Mundial levantou restrições ao financiamento de projetos nucleares, mencionando os pequenos reatores.