Rússia proíbe atuação da Anistia Internacional e acusa ONG de apoiar Ucrânia
Rússia proíbe atividades da Anistia Internacional após acusações de apoio à Ucrânia. A decisão faz parte de uma repressão cada vez mais intensa às vozes dissidentes no país.
Rússia classifica Anistia Internacional como "organização indesejável"
Nesta segunda-feira (19), a Procuradoria-Geral da Rússia declarou a ONG Anistia Internacional como uma "organização indesejável", proibindo suas atividades no país.
A decisão ocorre após acusações de que a ONG estaria apoiando a Ucrânia, em meio à crescente repressão a críticas desde o início da guerra com Kiev em fevereiro de 2022.
Autoridades russas frequentemente acusam a Ucrânia de ser dominada por neonazistas, uma alegação que é vista como propaganda no Ocidente.
A Anistia Internacional, fundada em 1961 e sediada em Londres, é reconhecida por sua luta por direitos humanos e por se posicionar em favor de prisioneiros de consciência.
O procurador-geral russo afirmou que a sede da Anistia em Londres é um "centro de preparação de planos russofóbicos" e culpou a ONG por intensificar o confronto militar e apoiar o isolamento da Rússia.
A Anistia Internacional não comentou sobre a decisão.
Desde 2015, a Rússia mantém uma lista de organizações proibidas, totalizando cerca de 223 entidades, incluindo RFE/RL e Greenpeace, afetando cidadãos russos que colaboram com essas organizações.
A Anistia denuncia a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia como uma "guerra de agressão" e critica a severa restrição aos direitos à liberdade de expressão e à associação na Rússia, além da perseguição de grupos religiosos e organizações LGBTQIA+.