Saiba como o Irã reprime mulheres que não seguem as regras do regime
Reza Pahlavi se posiciona como líder potencial para uma transição política no Irã, enquanto o país enfrenta crescentes desafios às liberdades das mulheres. O movimento "Mulher, Vida, Liberdade" ganha força após a morte de Mahsa Amini, destacando a luta por direitos e igualdade de gênero.
Reza Pahlavi, filho do xá deposto do Irã, se ofereceu para liderar a transição de poder após ataque dos EUA em junho.
Desde 1979, o Irã é governado por uma teocracia sob o aiatolá. Após a Revolução Iraniana, ocorreram violações de direitos humanos e restrição às liberdades sociais, com foco nas condições das mulheres.
A professora Nayereh Tohidi destaca que os direitos das mulheres sofreram um retrocesso após a revolução, quando diversas leis de proteção foram revogadas. A idade mínima para o casamento foi reduzida e o uso do hijab tornou-se obrigatório.
O movimento “Mulher, Vida, Liberdade” ganhou força após a morte de Mahsa Amini, que gerou um clamor global por direitos femininos e igualdade. Tohidi observa que, apesar da repressão, as mulheres iranianas têm buscado a educação, com a matrícula feminina em universidades ultrapassando a masculina.
A opressão intensificada gerou solidariedade, trazendo apoio até mesmo de homens em manifestações. As normas de gênero e a percepção sobre as mulheres estão se transformando, desafiando o patriarcado.
Tohidi acredita que a pressão internacional é crucial. “Os protestos ao redor do mundo mantêm as pessoas sentindo que não estão sozinhas”, enfatiza.
Apesar da mudança no comportamento da sociedade, a possibilidade de uma presidência feminina no Irã é tida como impossível sob o governo atual, com a participação feminina na política ainda sendo muito restrita.
As pessoas clamam por um governo secular, com mais de 80% expressando insatisfação com o regime teocrático, segundo dados não oficiais.