Saiba quanto ganha o fiscal preso em esquema bilionário que envolve a Ultrafarma
Auditor fiscal e empresários são presos em operação que desmantela esquema de fraude tributária. Investigações revelam que o grupo ilícito tinha ligação com diversas empresas do varejo, favorecendo-as em troca de propinas que ultrapassam R$ 1 bilhão.
Auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto foi preso na Operação Ícaro por ser apontado como o principal operador de um esquema de fraude tributária em São Paulo. Ele é suspeito de ter recebido cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
A remuneração de Gomes ultrapassava R$ 60 mil mensais, sendo que em junho obteve uma remuneração bruta de R$ 33.781,06 e R$ 30.573,45 em pagamentos eventuais. Após descontos, seus ganhos líquidos foram de R$ 25.556,04.
Além de Gomes, o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e mais dois empresários foram presos. O Ministério Público investiga se empresas como Fast Shop, OXXO e Kalunga também se beneficiaram das fraudes.
O MP afirma que Gomes manipulava processos administrativos para facilitar ressarcimentos de créditos tributários, recebendo propinas por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. As investigações revelaram que R$ 9 bilhões em créditos acumulados de ICMS estão envolvidos nas fraudes.
A operação resultou em 19 mandados de busca e apreensão, com apreensões de mais de R$ 1 milhão, esmeraldas, criptomoedas e documentos. A investigação se estende por seis meses e ainda pode envolver novas empresas.
O esquema operava pela empresa Smart Tax, que ganhou notoriedade em 2021 e movimentou valores elevados principalmente da Fast Shop. Ajustes nos processos de ressarcimento permitiram que Gomes liberasse créditos de ICMS além do apurado. Outras empresas do setor varejista podem estar relacionadas ao esquema criminoso.