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Salmão selvagem da Noruega está em lenta morte devido à aquicultura

Declínio alarmante do salmão na Noruega passa a impactar tanto a pesca esportiva quanto a economia local. Mudanças climáticas e aquicultura são apontadas como principais culpadas pela crise da espécie.

Declínio do Salmão Selvagem na Noruega

Christer Kristoffersen, pescador no rio Stjordal, enfrenta dificuldades para pescar salmão selvagem, que está em declínio dramático devido à mudança climática e à aquicultura.

Na década de 1980, era comum pegar entre 10 e 15 peixes em uma noite. Atualmente, ele está há 10 dias sem pescar.

Em 2021, a Noruega incluiu o salmão selvagem em sua lista de espécies quase ameaçadas. Somente 323 mil salmões selvagens retornaram para os rios noruegueses em 2024, menos de um terço do total da década de 1980.

A pesca do salmão é vital para a economia norueguesa e atrai muitos turistas, mas houve suspensões e restrições em 33 rios no ano passado, impactando entre 60 mil e 80 mil pescadores esportivos.

O aumento da temperatura, chuvas e secas nos rios, além da aquicultura, afetam negativamente as populações de salmão. Com um mercado lucrativo de 10 bilhões de euros em 2024, a Noruega possui numerosas fazendas de salmão que exacerbam o problema.

Os piolhos do mar e doenças associadas às fazendas de salmão são as principais ameaças. O cruzamento entre salmões selvagens e de viveiro também preocupa, uma vez que a seleção adaptativa prejudica as características essenciais dos salmões selvagens.

Muitas pessoas pedem a substituição das gaiolas abertas por sistemas fechados para proteger o salmão selvagem, mas o setor de aquicultura argumenta que isso é um processo complexo e demorado.

Recentemente, o Parlamento aprovou regulamentações para que as fazendas adotem gaiolas fechadas em dois a quatro anos. Contudo, muitos temem que, sem ação eficaz, a geração atual esteja entre as últimas a pescar salmão selvagem na Noruega.

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