Santo Agostinho: o amante dos prazeres que, convertido, se tornou um dos maiores pensadores da história
Robert Prevost, novo papa Leão 14, traz uma forte conexão com a América Latina e a tradição agostiniana. Sua escolha reflete a continuidade de uma liderança religiosa voltada para a promoção da educação e do seguimento de Jesus Cristo.
O novo líder da Igreja Católica, papa Leão 14, escolhido por Robert Prevost, é americano e possui um histórico importante com a América Latina.
Aos 30 anos, ele se mudou para o Peru em missão agostiniana, dedicada à evangelização, promoção humana e educação.
Santo Agostinho, a figura inspiradora da ordem agostiniana, nasceu na Argélia e, após uma vida de prazeres, se converteu ao cristianismo, tornando-se um influente filósofo e teólogo.
Segundo o filósofo e jurista Segundo Azevedo, Agostinho é crucial na história do pensamento ocidental e, de acordo com Thiago Maerki, ele é um dos maiores intelectuais que a Igreja já conheceu.
Agostinho, filho de Santa Mônica e Patrício, foi educado em latim e, aos 19 anos, tornou-se professor de gramática. Ele se envolveu com o maniqueísmo e uma vida hedonista, tendo um filho, Adeodato, que morreu jovem.
A conversão de Agostinho ocorreu em 386, após ser impactado pela história de Santo Antão e ouvir uma voz que o instruiu a ler a Bíblia. Ele foi batizado na Páscoa de 387 e voltou para a África.
Em 391, foi ordenado sacerdote e logo se tornou bispo de Hipona, onde utilizou sua erudição em prol do cristianismo. Ele é conhecido por sua síntese do cristianismo e por desenvolver a ideia de que o ser humano é a junção de corpo e alma.
Azevedo destaca que Agostinho refletiu sobre as crises de sua época, integrando o pensamento grego com a revelação cristã. O amor e a escolha são centrais em sua filosofia, como expressa em sua obra 'Confissões'.
Agostinho morreu em 28 de agosto de 430 e foi canonizado por aclamação popular. Em 1298, o papa Bonifácio 8 deu-lhe o título de Doutor da Igreja.