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São Paulo acerta no combate à Cracolândia, mas…

Embora a Cracolândia tenha apresentado uma redução visível no número de viciados, os desafios do ecossistema da dependência continuam latentes em outras áreas de São Paulo. A complexidade do problema exige uma abordagem contínua e integrada para mitigar os impactos sociais a longo prazo.

Cracolândia em São Paulo: Viciados desapareceram, mas o problema persiste.

Um fenômeno complexo, nascido nos anos 90, é mal compreendido.

Discurso simplista sugere que a solução se resume a combate à criminalidade e tratamento dos dependentes, resultando em ações que pioram a situação.

Na última década, uma nova abordagem dos governos municipal e estadual trouxe dois acertos:

  • Força-tarefa: Integração de diversos órgãos para enfrentar a complexidade social.
  • Visão de ecossistema: Identificação de redes de atores que se beneficiam da situação, mirando negócios ligados à degradação e enfrentando traficantes.

A política também busca recuperar o centro velho da cidade com aumento do policiamento e mudança da sede estadual prevista para 2030.

Por que o "mas"?

A Cracolândia envolve pessoas, com o problema de estoque e fluxo permanecendo. Locais informais ainda abrigam dependentes.

A atenção do poder público é limitada e pode se dispersar ao longo do tempo.

Adicionalmente, o sistema é aberto; o crack pode vir de fora e as redes criminosas são ágeis.

O exemplo da Lei dos Desmanches (2014) mostra que legislações podem ter sucesso temporário, mas o problema se repete.

Conclui-se que, em vez de soluções definitivas, o objetivo deve ser dissolver temporariamente a dor social, com a consciência de que ela retornará.

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