São Paulo e Rio de Janeiro têm saldo migratório negativo pela 1ª vez em 31 anos, diz IBGE

São Paulo e Rio de Janeiro apresentam, pela primeira vez em 31 anos, saldo migratório negativo, com mais pessoas saindo do que chegando, segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE. A pesquisa foi divulgada em 27 de outubro.

O pesquisador Marcelo de Sousa Dantas destacou mudanças significativas no padrão migratório, comparando os dados de 2022 com os de 2010. Desde 1991, esses Estados eram polos de atração que registravam maior entrada de imigrantes.

Especificamente, entre 2017 e 2022, São Paulo teve 736.380 imigrantes e 825.958 emigrantes, resultando em um saldo negativo de 89.578 pessoas. No Rio, o saldo foi ainda maior: 167.214 imigrantes e 332.574 emigrantes, gerando um saldo negativo de 165.360 pessoas, o mais intenso do país.

O Rio de Janeiro só havia registrado saldo migratório negativo no Censo de 1991. São Paulo, até 2022, nunca havia apresentado esse resultado.

Dantas ressaltou que, mesmo com o saldo negativo, cerca de 8,6 milhões de pessoas que residem em São Paulo não nasceram no Estado, indicando que ele ainda atrai migrantes.

Por outro lado, Santa Catarina teve o maior saldo migratório positivo com ganho populacional de 354.000 pessoas entre 2017 e 2022, com 503.580 imigrantes e 149.230 emigrantes.

O Censo de 2022 também revelou que 19,2 milhões de pessoas vivem fora de sua região de nascimento, sendo 10,4 milhões deles originários do Nordeste, com 6,8 milhões residindo no Sudeste.

Adicionalmente, 36,9% da população brasileira vive em municípios diferentes dos seus de nascimento, uma leve queda em relação ao Censo de 2010. O Centro-Oeste atraiu 595.000 migrantes e teve um saldo positivo de 209.000 pessoas entre 2017 e 2022, impulsionado pelo agronegócio.