São Paulo: esquerda troca foco de Bolsonaro em protesto por taxação dos super-ricos
Mobilizações visam pressionar o Congresso por medidas progressistas, refletindo uma nova estratégia da esquerda. Com foco em questões econômicas, atos em São Paulo e Rio de Janeiro buscam fortalecer a agenda de taxação e isenção fiscal.
Partidos de esquerda e movimentos sociais organizam protestos nesta quinta-feira (10) em São Paulo e no Rio de Janeiro para cobrar medidas econômicas.
As manifestações visam pressionar o Congresso Nacional por:
- Taxação dos super-ricos
- Isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
- Fim da jornada 6×1
O principal ato em São Paulo será na Avenida Paulista, às 18h, em frente ao MASP. No Rio, o protesto ocorrerá às 17h, diante da Bolsa de Valores.
As mobilizações são organizadas pelas frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, ligadas ao PT, PSOL e outras siglas da esquerda.
A mudança de pauta ocorre após protestos pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e contra o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. A esquerda agora foca na agenda econômica.
Recentemente, o governo Lula sofreu uma derrota simbólica no Congresso com a derrubada do decreto que reduzia o IOF sobre transações cambiais. Isso revelou fragilidade da base governista, especialmente no Senado.
As lideranças da esquerda passaram a qualificar o Congresso como "inimigo do povo" e protetor dos interesses dos ricos, utilizando as redes sociais e mobilização de base para pressionar deputados e senadores a adotarem medidas redistributivas.
As propostas de taxação de grandes fortunas, isenção para a baixa renda e mudanças na jornada de trabalho ganham força em meio à pressão por resultados concretos na economia sem perder o apoio popular.
A nova estratégia das lideranças de esquerda busca sustentar o embate ideológico com o bolsonarismo na arena legislativa, onde a correlação de forças é mais complicada.