Secretário do Tesouro defende ampliar teto de gastos a partir de 2027 para acomodar precatórios
Secretário do Tesouro sugere ajuste no teto de despesas para incluir precatórios a partir de 2027. Ele destaca que essa mudança não foi oficialmente decidida, mas seria necessária para lidar com os elevados pagamentos judiciais.
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, afirmou que pode ser necessário elevar o limite de despesas do arcabouço fiscal a partir de 2027, incluindo os pagamentos de precatórios, que são valores obrigatórios após decisões judiciais.
Ceron destacou que essa não é uma decisão definida pelo governo, mas é importante que a ampliação do teto seja restrita somente ao valor dos precatórios.
Durante uma videoconferência, ele comentou: "O ideal é que se tenha de fato uma transição" e que se incorpore esses gastos dentro dos limites existentes. Ele observou que, dado o patamar atual dos precatórios, a solução não parece viável no curto prazo.
Por determinação do STF, o pagamento de precatórios ficará fora das regras fiscais até 2026. A partir de 2027, esses valores retornarão ao limite de despesas do governo. Ceron sugeriu uma ajuste pontual no teto para acomodar esses gastos, afirmando que isso seria mais técnico e viável.
O governo deve pagar cerca de R$ 70 bilhões em precatórios este ano, o que, segundo Ceron, não deve impactar significativamente a inflação. Para 2026, o valor ainda não foi definido, mas ele não espera surpresas negativas.
Além disso, Ceron reiterou o esforço do governo para atingir a meta de déficit zero em 2025, defendendo a manutenção do arcabouço fiscal, embora ele lembre que o Tesouro não tem total autonomia sobre a política fiscal.