Selic afeta remuneração na Faria Lima, mas diferenças no contracheque seguem evidentes
Estudo revela que a diferença salarial entre executivos e profissionais operacionais no setor financeiro brasileiro é alarmante. Com média de R$ 18,8 mil para altos cargos, enquanto operacionais recebem apenas R$ 4,8 mil, a desigualdade é acentuada pela atual alta das taxas de juros e suas implicações nos bônus.
Setor financeiro apresenta discrepâncias salariais significativas no Brasil.
A remuneração total de executivos (salário + bônus) é quase quatro vezes maior do que a de profissionais operacionais.
Segundo o 3º Relatório de Transparência Salarial, a média salarial mensal de executivos no mercado financeiro é R$ 11,7 mil, com a remuneração total chegando a R$ 18,8 mil. Já para funções operacionais, a média salarial é de R$ 2 mil, com remuneração total de R$ 4,8 mil.
A alta de juros no Brasil impacta os bônus, que têm sido mais "comedidos". O CEO da SG Comp, Paulo Saliby, afirma que isso dificulta fusões, aquisições e ofertas públicas iniciais (IPO).
Desde 2021, não houve novos processos de abertura de capital na bolsa. Fatores globais como o conflito Rússia-Ucrânia e eleições nos EUA também dificultam o aumento salarial.
A dificuldade em superar o CDI impõe desafios aos gestores, com apenas 40% dos fundos multimercados conseguindo tal feito.
Regulamentações do Banco Central limitam a remuneração variável relacionadas a riscos, exigindo que 40% dessa remuneração seja diferida para pagamentos futuros.
Três razões explicam a diferença de remuneração entre executivos e trabalhadores operacionais:
- Remuneração atrelada a ganhos variáveis para gerar comprometimento.
- Capacidade de gerar resultados rápidos, mas com riscos altos.
- Necessidade de especialização e experiência em ambientes de alta pressão.
Na análise da SG Comp, a remuneração total de CEOs em 197 empresas é de aproximadamente R$ 160 mil, com 13 salários de incentivos de curto e longo prazo inclusos.
As ações fantasma e opções de ações são os principais incentivos a longo prazo, embora haja mudanças nas práticas de bonificação para torná-las mais justas e alinhadas aos objetivos da empresa.
Um exemplo recente é o Nubank, que introduziu o programa de "Ownership para Todos", ampliando o acesso a stock options para não apenas executivos, mas também para profissionais seniores, visando retenção e engajamento.