Sem consenso, STF suspende julgamento sobre revista íntima em presídios
STF suspende julgamento sobre revista íntima em presídios e busca consenso entre ministros. As discussões incluirão definições claras e regras sobre a aplicação da prática, visando proteger os princípios da dignidade e intimidade.
STF suspende julgamento sobre revista íntima em presídios
Nesta quinta-feira (27.mar.2025), o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu o julgamento referente à prática de revista íntima em presídios devido à falta de consenso entre os ministros.
Os ministros estão divididos sobre como diferenciar os conceitos de revista íntima, revista íntima vexatória e revista pessoal, além de definirem a sua aplicação e os responsáveis por realizá-las.
O tema será retomado na quarta-feira (2.abr), com discussões nos bastidores e propostas para a tese do ministro Edson Fachin, relator da ação.
A votação determinará se a prática é constitucional ou se viola princípios da pessoa humana e da proteção à intimidade. A decisão terá repercussão geral, orientando casos semelhantes em outras instâncias.
A ação teve maioria pela proibição da revista íntima, mas o placar foi zerado quando o ministro Alexandre de Moraes pediu transferência do julgamento para o plenário físico.
Fachin apresentou um relatório sobre o julgamento, que já dura cinco anos, e expôs sua tese, incorporando sugestões de outros ministros. Propostas adicionais foram apresentadas por Alexandre de Moraes e Flávio Dino.
A prévia da tese inclui:
- Responsabilização de autoridades policiais ou médicos em casos de abusos;
- Autorização necessária para revistar menores de 18 anos e pessoas com deficiência intelectual;
O ministro André Mendonça destacou a importância de diferenciar os conceitos de revista, afirmando que até a revista pessoal pode ser vexatória dependendo do contexto. Ele se comprometeu a apresentar uma proposta na próxima sessão.
De acordo com o ministro Cristiano Zanin, a tese precisa ser mais específica, especialmente nas situações em que equipamentos tecnológicos não são utilizados. Zanin ressaltou que parâmetros objetivos impedirão que exceções sejam tratadas como regra.