Sem diálogo com EUA, governo corre para fechar ajuda a setores afetados pelo tarifaço: veja o que está em jogo

Reunião entre Brasil e EUA é cancelada

A reunião virtual entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, foi desmarcada pelos americanos. Haddad atribuiu o cancelamento à atuação de “forças de extrema direita” ligadas à Casa Branca, mencionando o deputado Eduardo Bolsonaro.

O presidente Lula havia solicitado a Haddad que tentasse remarcar a reunião, após o ministro já ter se encontrado com Bessent anteriormente. Um link para a conversa foi enviado, mas logo cancelado. Haddad comentou sobre a falta de foco nas questões comerciais.

Haddad destacou a interferência de Eduardo Bolsonaro, que publicamente se manifestou contra contatos entre os governos. Eduardo, por sua vez, afirmou que continua a atuar nos EUA pela imposição de sanções ao Brasil.

Possíveis próximos passos

Com o cancelamento, a expectativa é que Lula tenha uma ligação com o presidente da China, Xi Jinping, para discutir relações comerciais. O governo brasileiro está preparando um plano de socorro às empresas afetadas pela sobretaxa dos EUA, que será divulgado em breve por medida provisória.

Essa MP prevê:

• Financiamento a juros mais baixos.
• Compras governamentais.
• Adiamento de pagamento de impostos.
• Flexibilidade para atender empresas de diferentes setores.

Haddad ressaltou a necessidade de reformas que ampliem o alcance dos instrumentos de apoio às exportações, especialmente para empresas que buscam novos mercados devido à sobretaxa dos EUA.

Situação na indústria da pesca

Setores afetados, como a indústria da pesca, estão pedindo apoio urgente, com a Abipesca reivindicando R$ 900 milhões em crédito emergencial para enfrentar a crise de capital de giro.

Haddad está em reuniões com outros ministros para definir os setores que serão contemplados no plano, visando mitigar os impactos da sobretaxa.