Sem nova reforma da Previdência, gastos com aposentadoria e BPC podem crescer R$600 bi até 2040
Economistas alertam que a falta de novas reformas na Previdência pode levar a um aumento insustentável nos gastos com aposentadorias e benefícios assistenciais. O estudo destaca a necessidade de revisões periódicas e reestruturação das áreas de educação e saúde para acomodar a pressão demográfica crescente até 2040.
Gastos com aposentadorias e BPC no Brasil devem crescer R$600 bilhões até 2040 sem uma nova reforma da previdência, segundo estudo do Centro de Liderança Pública (CLP).
A nota técnica afirma que esse incremento nos gastos equivale a um novo Orçamento inteiro de saúde pública ou ao dobro do que a União investe em infraestrutura.
O estudo destaca a necessidade de revisões periódicas nas regras da previdência, incluindo o aumento da idade mínima e a adaptação entre benefícios contributivos e assistenciais, devido ao envelhecimento acelerado da população.
O CLP também menciona que, para enfrentar essa pressão, além da reforma da previdência, são necessárias alterações em regras constitucionais e gestão de outras áreas, como educação.
A área da educação pode oferecer uma oportunidade de redução de gastos com a projeção de uma diminuição de 20% no número de alunos até 2040, liberando espaço no PIB para saúde e previdência.
Na saúde, o SUS deve ter um aumento de cerca de três pontos percentuais do PIB até 2045. Para isso, será necessário reorganizar os gastos, focando em atenção primária e qualidade dos serviços.
Projeções do IBGE mostram que a população com 65 anos ou mais deve alcançar 18% até 2040 e 20% até 2045, resultando em uma pressão demográfica moderada sobre os gastos públicos.
O estudo conclui que revisão de regras de financiamento e estabelecimento de metas de aprendizagem são essenciais para resolver a crise de recursos.