Sem Putin, delegação russa chega a Istambul para negociações de paz com a Ucrânia
Negociações diretas de paz entre Rússia e Ucrânia têm início em Istambul, mas sem a presença de Vladimir Putin. A participação do presidente ucraniano Volodimir Zelensky também permanece incerta, enquanto as expectativas para um cessar-fogo aumentam.
Delegação russa chegou a Istambul nesta quinta-feira (15) para possíveis conversações de paz com a Ucrânia, a primeira em mais de três anos. A reunião acontece sem a presença do presidente Vladimir Putin.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, havia desafiado Putin a participar, mas seu nome não estava na lista de negociação divulgada pelo Kremlin.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou que os representantes de Moscou estão “dispostos a conduzir negociações sérias”. As reuniões devem começar à tarde.
A presença de Zelensky é incerta; ele pousou em Ancara para uma reunião com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan e só decidirá sua agenda após este encontro.
A Ucrânia ainda não confirmou a realização da reunião nem a composição de sua delegação. Zelensky pressionou para que Putin participasse das negociações após a invasão russa em 2022.
As negociações foram anunciadas após um ultimato europeu e dos EUA para um cessar-fogo. Na quarta-feira, Putin liderou uma reunião de preparação com seus principais assessores.
O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, está interessado em ajudar nas negociações e poderá viajar para a Turquia na sexta-feira, se houver progressos. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que Trump está “aberto” a qualquer mecanismo de paz.
A delegação russa é liderada por Vladimir Medinski, com posições nacionalistas sobre a Rússia. A reunião deve abordar questões “políticas” e “técnicas”, sendo as primeiras conversas diretas entre os países desde o início do conflito.
Rússia e Ucrânia ainda apresentam diferenças significativas: Moscou exige que Kiev renuncie à adesão à Otan e reconheça os territórios anexados, condições inaceitáveis para a Ucrânia e seus aliados.
A Ucrânia busca “garantias de segurança” ocidentais e a retirada do Exército russo de quase 20% de seu território. Apesar das dificuldades, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, se mostrou “cautelosamente otimista” sobre os avanços nas negociações.
Com informações da AFP